Publicado na Revista Veja, em 1971, quando as placas de automóveis deixaram de ter apenas números e passaram a ter duas letras + quatro números.
"Em Minas Gerais, nada acontece sem que seus astutos políticos, sensíveis a tôdas sutilezas, procurem influenciar decisões, mesmo as aparentemente já definidas, e conquistar vitórias inúteis. Quando aceitaram como procedentes as reclamações dos municípios de Sete Lagoas e Poços de Caldas, que não desejavam ficar com as novas placas de automóveis das séries CU e KH, os responsáveis pelo Departamento Estadual de Trânsito mineiro certamente não imaginavam quantas confusões começavam a ser criadas.
Diante do êxito fácil daquelas cidades, imediatamente levantou-se no Estado uma onda de protestos e recursos semelhantes, por motivos talvez menos prosaicos, mas certamente mais ridículos.
Barbacena não quis a série BF porque aos políticos da família Andrada pareceu intolerável trafegar em automóveis que portassem tão evidente alusão aos seus adversários históricos, os Bias Fortes.
As placas JQ foram rejeitadas por vários pequenos municípios, e teriam sido destruídas como as outras malditas se Conceição do Mato Dentro não visse nelas uma singela homenagem a seu filho mais ilustre, o ex-deputado José Aparecido, que foi secretário particular do ex-presidente Jânio Quadros.
E o prefeito de Diamantina, revelando-se sobretudo bom mineiro, dirigiu ao Detran um rebuscado ofício, reinvindicando para sua cidade a série JK. Sendo fiel homem da Arena, justificou-se: 'Desejamos, com isso, homenagear permanentemente o saudoso estadista norte-americano John Kennedy' ”.
Colaboração do amigo Juliano Dalla Rosa
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